A freguesia-vila da beira serra atingiu o seu esplendor nos finais do século XIX. A indústria corticeira foi florescente e o statu quo alterou-se. Foi cantada por poetas e prosadores e organizou-se para oferecer aos sues filhos maior qualidade de vida.
Desenvolveu o comércio e a indústria, as artes e ofícios. Recebeu mão-de-obra especializada para a indústria da cortiça e a aldeia torna-se um centro comercial e de passagem obrigatória pata todo aquele que utilizava a EN2. A aldeia-vila tinha um comércio bem estruturado onde se encontrava tudo aquilo que era preciso para o dia-a-dia e para o tempo de lazer.
Fomentou a criação de grupos desportivos e musicais e as associações proliferaram e contribuíram para animar os momentos de lazer e de cultura.
Não descurou a aprendizagem das primeiras letras e o Prior foi o primeiro mestre-escola da aldeia. As autoridades administrativas ignoraram diversas vezes a aldeia, mas esta organizou-se e teve o privilégio de ter imensos professores particulares que colmataram a falta dos mestres reais e republicanos. A freguesia conseguia enviar os estudantes para Faro porque no seu seio existiram bandeirantes que foram pioneiros na organização dos transportes públicos. Até foi pioneira no passe social para toda a família.
Em momentos de euforia, na mudança de regime, apareceu a imprensa local, Embora não tenha grandes pergaminhos, sempre contribuiu para dar a conhecer a terra e para o seu desenvolvimento. Terra mãe da cortiça, cuida dos seus filhos na hora da aflição. Os barbeiros foram uma classe florescente e tratavam das doenças das pessoas e dos animais, mas fizeram guerra de morte aos primeiros médicos são-brasenses e ficaram no imaginário popular como “santos”. O micro clima contribuiu para que o sanatório fosse uma realidade e o prestigiasse a terra onde estava inserido. Mitos doentes de várias categorias sociais obtiveram a cura e teve sempre médicos competentes e generosos que foram galardoados pelo povo.
Uma das grandes preocupações dos são-brasenses foi a abertura de estradas e caminhos, de poços e fontes. A aldeia-vila raramente fazia parte do caderno de encargos da administração local e regional. Mas os são-brasenses não cruzaram os braços. Reuniram-se e cada um. Segundo as suas possibilidades, contribuiu para o bem comum. As ruas da aldeia foram-se aformoseando e tornou-se uma vila catita elogiada pelos forasteiros.
As festas contribuíram para a construção da harmonia na freguesia, Na aldeia, Em São Romão e no Alportel, realizaram-se festas que aproximaram as comunidades e contribuíram para uma pausa no mundo rural.
A grande ambição dos são-brasenses foi o acesso ao comboio, para o desenvolvimento da indústria corticeira, e até tinha um lugar marcado para a “estação”. Mas tudo isto não passou de um sonho. A rivalidade e a carestia de vida impediram a sua concretização. Imperou também s utopia do comboio eléctrico, quando a vila estava ainda na era das luminárias.
Para outra ocasião ficaram aqueles que se distinguiram na aldeia, os varões ilustres que a deram a conhecer, os que labutaram pelo seu progresso e os clérigos que passaram pela freguesia. A história da formação do concelho e as suas efemérides. E a “monumenta” com os documentos mais significativos doo passado para memória futura.
Uma palavra de agradecimento a todos aqueles que colaboraram (e foram muitos) para a concretização deste volume. Aqui e ali há falhas de informação e de atualização, porque não tivemos acesso a elas.
26-12-2007